O que vale mais a pena? PJ, CLT ou CLT Flex (Cotas)?

Fala povo!

Muitos amigos me fazem essa pergunta: O que vale mais a pena? PJ, CLT ou CLT Flex (Cotas)?

Vou tentar responder a esta pergunta através das minhas experiências profissionais, vamos lá:

Fui CLT por quase 3 anos de minha vida, logo após o final do contrato de estágio e a conclusão da Universidade. Ser CLT é bom, é legal, principalmente pela questão do FGTS e INSS, porém os descontos na folha no final do mês não são nada legais. Se você der sorte de trabalhar em uma empresa que não desconta VR, VT e Assistência Médica, você é uma pessoa de sorte. Eu não fui....Mas talvez o grande problema no regime CLT é a mordida do Leão, literalmente... Quando você enfim engata a sua carreira e se torna Analista Pleno ou passa a ganhar melhor, o Leão vem e te morde em mais de R$ 500,00 por mês (Isso quando você passa a ganhar acima de R$ 2.995,71). Se você passar de R$ 3.743,19 por mês, o desconto torna-se ainda maior: R$ 692,78. É muita grana!

Ano passado resolvi me arriscar um pouco mais e escolhi ser PJ. Tive uma experiência curta em uma empresa (apenas 5 meses), mas muito legal. Trabalhei no esquema cooperado, onde era "sócio" de uma empresa administrada por uma contabilidade. Eu não tinha nenhum tipo de trabalho, já que o RH da empresa se comunicava diretamente com a contabilidade e o meu salário era debitado todo dia 15 na conta, com um desconto de aproximadamente 13%
ao mês, além das tarifas administrativas. Para quem possui um bom planejamento, é uma excelente escolha. O recomendado, é que o profissional guarde uma porcentagem do valor do seu salário a parte, como se fossem as férias, 13º e o INSS.

Na dúvida entre um e outro, a melhor coisa a fazer é calcular o salário líquido CLT por 14 (12 meses, férias e 13º), contra o salário PJ por 12 meses. As vezes um salário PJ maior por mês não vale a pena, se for comparado contra um salário CLT anual.

Por fim, existe o CLT Flex, também conhecido como Cotas. A empresa te paga um valor menor em carteira (Em torno de mil a dois mil reais) e o restante é pago através de "direitos autorais". É um sistema interessante, porém é necessário efetuar o mesmo tipo de cálculo citado acima, sem contar que ocorre a incidência de IRPF sobre os 2 salários. Tive uma experiência rápida neste modelo e o único problema para mim era que os pagamentos não ocorriam no mesmo dia, ou seja, tive que dividir a data do vencimento de várias contas pelos 2 dias! Para os mais tradicionalistas, um outro problema é o pequeno valor de FGTS e INSS, já que o valor em "carteira" é mínimo.

Eu já fui os 3 tipos, já sei como os 3 trabalham e na hora de aceitar ou não uma proposta, não deixo de comparar os valores anuais. Para quem quiser fazer uma comparação com mais dados, não deixe de pesquisar planilhas existentes na web, como por ex. a planilha da APInfo, onde é possível calcular outras informações e ter um valor mais próximo do real!

Boa sorte!

Referência: Alíquotas do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - exercício de 2007 até o exercício de 2011